MEMORIAL GINO FERRI

  • Tv. Luiz Ferri nº 70.  - Encantado - RS

    (Localizado ao lado da Igreja Matriz)

    Agendamentos pelo telefone  51 9 99955360 ou 51 37141242

    Consultas a pesquisas pelo email ginoferri@ginoferri.com.br

     










AS QUATRO REVOLUÇÕES








O tema desta obra versa especialmente, sobre as
QUATRO PRINCIPAIS REVOLUÇÕES deflagradas no
Rio Grande do Sul a partir de 1835:

REVOLUÇÃO FARROUPILHA - 1835 a 1845.

REVOLUÇÃO FEDERALISTA - 1893 a 1895.

REVOLUÇÃO ASSISISTA (Reivindicadora) - 1923.

REVOLUÇÃO LIBERTADORA - 1930.

Em princípio, poderia parecer desnecessário ou
redundante, elaborar mais um livro, cujo conteúdo tratasse
sobre este assunto, haja vista, a vasta literatura existente
enfocada por ilustres escritores e historiadores gaúchos e
mesmo de outros Estados, em centenas ou quiçá, milhares
de publicações que relatam os trágicos acontecimentos.
Porém, motivou-nos a idéia de elaborar esta obra,
sobre tão eletrizante assunto, sintetizada, em estilo didático,
para que pudesse servir como fonte de informações,
consultas ou mesmo de pesquisa, para os alunos e
estudiosos, interessados em saber mais detalhes sobre os
sangrentos conflitos, que tingiram de rubro, as verdes
coxilhas do pampa Rio-Grandense.
Outro fator importante que motivou a elaboração desta
obra foi a grande procura de informações, por parte dos
alunos de nossos educandários, principalmente, no decorrer
do mês de setembro, por ocasião das comemorações
alusivas à “SEMANA FARROUPILHA”, com a finalidade
de obter dados, para elaborar trabalhos escolares, ou para a
execução de tarefas oriundas de gincanas, organizadas
pelos colégios, as quais, normalmente, versam sobre da
Revolução Farroupilha.
Servirá ainda para que, estudiosos do assunto possam
conferir dados, colher informações e mesmo debater sobre
tão importante tema, buscando conhecer a “verdade”, se é
que ela existe, já que os próprios historiadores divergem em
relação determinadas passagens históricas, ou mesmo sobre
as datas em que ocorreram os acontecimentos.
Como já dizia nosso velho e saudoso pai:
“Em tempo di guerra, più balle que terra”. (Em tempo
de guerra, mais balelas que terra).


ENCANTADO, SETEMBRO DE 2009.

Gino Ferri

Download do livro aqui

Com muito prazer dedicamos esta obra ao Dr. JOSÉ MONTINI,
caro amigo e ilustre conhecedor da História Rio-Grandense,
numa homenagem de amizade, reconhecimento e gratidão.
Com nosso afetuoso abraço.


FAMÍLIA FERRI - Livro dos Meus

Disponibilizado apenas impresso o Livro dos Meus conta um pouco da história da família Ferri vinda da Itália.



O estudo da arvore esta em constante evolução e aberto para consultas pelo link:
https://www.myheritage.com.br/site-family-tree-109971333/ferri

Informações históricas são bem vindas pelo email : carlo@ferri.eng.br




A Alivat empossou, em 25 de julho de 2017,  dez novos escritores que farão parte da academia. Eles passam a ser chamados de "imortais". O evento foi realizado, na data que foi celebrada o Dia do Escritor, no Teatro do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) de Lajeado. Com a solenidade, 35 das 40 cadeiras passam a ser ocupadas. 

O filho do patrono Gino Ferri, o arquiteto Cláudio Ferri, se pronunciou em nome dos entronados como patronos. 
  “Meu pai já dizia que vivemos num país impossível de viver da literatura. Ele só conseguiu se dedicar após aposentado, incentivando que o trabalho deve continuar para eternização do indivíduo”.
Passa a ocupar a cadeira de número 30  o imortal  João Manoel Moraes da Silva,  de Roca Sales, PATRONO: Genuíno Antônio Ferri (Gino Ferri) 






Teaser do documentário 100 anos da cidade de Encantado-RS o qual mostra alguns recortes de conversas com Gino Ferri onde ele conta suas histórias, por PRORECORDS produções.





Até mais... Caro Amigo Gino

Os homens bons não morrem, apenas trocam a alma de casa”.
           
Essa afirmação deve ser verdade, mas, sempre que alguém do nosso convívio é convidado a desarmar a sua tenda, nessa passagem terrena, somos envolvidos por uma dor profunda que parece se fixa no fundo do coração.
            Mais profunda, ainda, é a dor quando laços de uma velha e fraterna amizade nos unia a este alguém.
            Assim, foi com o Gino.
            Genuíno Antônio Ferri. Na verdade, não partiu só o homem. Partiu o escritor, o professor, o historiador. Partiu o companheiro, o conselheiro, o parceiro de um bom copo de vinho. E foram muitos. A vida nos concedeu este privilégio. Partiu, ainda, o amigo querido, o pai presente, o avô extremoso, o bisavô orgulhoso. Partiu, também, o incansável trabalhador: 27 obras publicadas. Tive a honra de revisar a grande maioria. Isso sem contar com os livros inacabados, espalhados pelas gavetas, mais os incontáveis artigos, palestras, reportagens, registros. Partiu, enfim, o visionário. Um homem admirado, festejado, um forte, tanto que precisou erguer um memorial, para ser o guardião de suas histórias, suas relíquias e o legou à posteridade. Nada mais justo do que ter um lugar só seu para guardar suas distinções. Deixou uma contribuição sociocultural inestimável.
            Mesmo, assim, choramos todos. Choraram os rios, as matas, os pássaros, as flores e as crianças, a quem Gino dedicou especial atenção. Foi um homem honrado, movido pela esperança. Um homem diferenciado, podem crer. Também, sensível, às vezes até tímido como um menino assustado, quando, emocionado uma lágrima furtiva teimava em escorrer pela face. No entanto, ao acordar o gigante que morava dentro dele, despertava as nossas emoções, nossos risos e também nossas lágrimas.
            A ferro e fogo forjou essa têmpera de aço. Os desafios não foram maiores que os seus sonhos, venceu a todos.
            Tinha uma atração especial pelo conhecimento.
            Tempos difíceis. Esperanças frustradas, sonhos interrompidos, promessas não cumpridas. Trabalhou desde muito cedo. Vencia grandes distancias a pé, para ver nos finais de semana a sua amada. Tempos duros. Exemplo de superação, talvez por isso fosse tão humano.
            Gino nasceu em Encantado. Terra que amou de forma incondicional. Terra de seus pais. Seus ancestrais vieram do outro lado do mundo, mais precisamente, de Valdástico – Itália. Daí surgiu o Gemellágio, projeto de sua autoria que tornou Encantado cidade irmã de Valdástico, transformado, posteriormente, num livro bilíngue, livro muito apreciado.
            Gino teve uma vida longeva. Viveu 94 anos. Mesmo, assim, pareceu vida curta.
            A que atribuir essa longevidade?
            Penso que ao amor. Foi um homem amante da vida, que teve um fantástico caso de amor com a humanidade. Amou com todas as suas forças a Vanda, sua mulher, sua eterna namorada, como ele dizia. Tia Vanda, como carinhosamente era conhecida, entre tantas virtudes era uma exímia cozinheira. Na verdade uma “chef de cosina”.
            Foi, também, um homem que se alimentou muito bem, de forma saudável, num clima tranquilo saboreava cada bocada. E, como bom italiano, num ritual quase sagrado acrescia a sua refeição diária um “pitcher de vin”.
            Assim, chegou ao descanso do guerreiro. Sua missão, entretanto, não foi fácil: ensinar, pesquisar, documentar... o que não o impediu de cumprir suas tarefas com abnegação. Isso lhe valeu viver bem, feliz.
            Escreveu muito. Escreveu sua própria história com maestria – E que maestria...
            Hei! Esperem, foi um homem bom, Por isso, “só trocou a alma de casa”.
            Então, até mais caro amigo Gino.

Com carinho,
Suíca
Maria Suely Pochmann 






ENCANTADO PERDE UM DE SEUS ILUSTRES CIDADÃOS.

 Câmara de Vereadores de Encantado



                O prefeito em exercício de Encantado, José Calvi, decretou luto oficial de três dias no município em virtude do falecimento do historiador, escritor, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFPF, ex-diretor da FATES, membro da Academia Literária do Vale do Taquari, membro da Academia de Letras dos Municípios do Rio Grande do Sul, patrono do Memorial Gino Ferri e Cidadão Honorário de Valdástico, Genuíno Antônio Ferri, o Seu Gino.
Seu corpo está sendo velado na Câmara de Vereadores de Encantado. O falecimento ocorreu na madrugada desta quinta-feira, dia 27 de outubro, no Hospital Bruno Born de Lajeado.
Conforme o prefeito em exercício, “Seu Gino sempre orgulhou a sua terra, com sua cultura, conhecimento e amor, sendo mais do que merecedor que seu nome, para sempre, seja eternizado pela cultura de Encantado em forma de agradecimento e reconhecimento”. Em vista disso, em breve, o Executivo Municipal estará enviando projeto de lei à Câmara alterando a denominação do Museu Municipal de Encantado para Museu Municipal Genuíno Ferri, conforme estabelece lei que somente permite que nomes de pessoas falecidas sejam dadas a locais públicos.

Histórico
Gino Ferri é o 11º filho de Luiz Ferri e Ergila Bigliardi Ferri. Nasceu em Encantado em 18 de novembro de 1922.
Casou-se com Wanda Natalina Scarello, seu grande amor, em 1º de janeiro de 1949 na Igreja Matriz de Encantado. Tiveram dois filhos: Cláudio e Eunice; seis netos: Carlo Antonio Ferri, Claudia Ferri, Fernando Ferri, Moises Lang, Mateus Lang e Lucas Lang; e cinco bisnetos: Antonia Ferrari Ferri, Aurora Ferrari Ferri, Alicia Ferri Albring, Martina Ferri Albring e Vinicius Lang.
Foi o grande responsável pelo surgimento do Gemellagio entre a cidade de Encantado e de Valdático (Itália), ocorrido em 23 de julho de 1994, quando uma comitiva de Valdástico veio a Encantado para assinar o solene compromisso de amizade e intercâmbio social, intelectual e econômico entre as duas cidades e de unir esforços para o sucesso deste empreendimento de paz e de prosperidade.
Em novembro de 2005, exatamente no dia em que comemorou  83 anos, o historiador inaugurou o Memorial Gino Ferri, que reúne fotos, documentos, discursos, artefatos antigos, relatos da história de Encantado, do Gemellagio, acervos de pesquisas e obras. Dentre tantas realizações em sua vida, Seu Gino também teve papel importante na formatação do Acervo Municipal.
Ao longo de seus 93 anos publicou 27 obras, a maioria relacionadas ao resgate histórico do município de Encantado, bem como através de poemas. Suas obras publicadas:


Os Monges de Pinheirinho (1974)
Manual Remissivo do ICM (1975)
80 anos de Vida Eclesial (1976)
Encantado Pitoresco (1985)
Encantado I: Sua História, Sua Gente (1985)
Muçum – Princesa das Pontes (1988)
Rondinha (1988)
História do Rio Taquari-Antas (1991)
História do Rio Taquari para crianças (1995)
História do Hospital Santa Terezinha (1995)
100 anos de história da Paróquia São Pedro (1996)
Gemellágio – Encantado-Valdástico (1996)
Por que Encantado a favor de São Paulo? (1998)
Roca Sales – cidade da amizade (1998)
Poemas em prosa e verso (1999)
A História de Encantado em Fotografias (2001)
Reminiscências – Meus 80 anos (2002)
Histórias do Gino (2006)
Encantado II: Sua História, Sua Gente (2007)
Viagens (em CD) (2008)
Wanda – Recordações (2009)
As quatro revoluções do Rio Grande do Sul (2009)
Frei Jacinto – Capuchinho (2010)
História da Bacia do Rio Taquari-Antas (2012)
Reminiscências – meus 90 anos (2012)
Agenor Peretti – um gênio encantadense (2014)
Encantado Centenário (2015).






Fotos Emerson Cronhal/Foguinho Fotos – arquivo
Autor: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Ca


http://www1.camaraencantado.com.br/noticias/6541/encantado-perde-um-de-seus-ilustres-cidaduos

Os Monges de Pinheirinho



MONGES DE PINHEIRINHO

Download do livro Monges de Pinheirinho
 3ª edição Online - 2015



Matéria do Jornal O Estado de S.Paulo 
em 19 de dezembro de 2010


Guerra do Pinheirinho



Conflito pode ter sido berço da Guerra do Contestado, diz estudioso


- O Estado de S.Paulo

Prefeituras, igrejas e cartórios da região centro-oriental do Rio Grande do Sul possuem documentos que contribuem para tirar a Guerra do Pinheirinho da lista de lendas gaúchas. Papéis espalhados nas repartições públicas, anexados em processos de terra, casos policiais e inventários de família revelam que a repressão aos monges contou com logística de guerra e trabalho de inteligência.


A repressão usou infiltrados - "bombeiros", na linguagem da época - para controlar o foco rebelde. Em carta de 18 de julho de 1902, o delegado de Lajeado, José Lucca Non, informa ao intendente (prefeito) Francisco Oscar Karnal que a população pretendia vingar a morte de três moradores que tinham participado de um ataque aos monges. "Os moradores no Arroio das Pedras, neste distrito, estão muito magoados pela morte dos seus três companheiros e consta que querem se vingar. Mandei um "bombeiro", parente de um dos mortos, já há dois dias, e ainda não voltou. O povo anda assustado", escreve o delegado.


Uma análise das cartas de famílias de Encantado mostra que a versão da polícia militar e das autoridades de que os rebeldes morreram em combate não faz sentido. Boa parte dos monges foi fuzilada sem chance de defesa.


O grupo era formado por posseiros e pequenos produtores de erva que viviam em situação de miséria. Muitos tinham participado, como soldados e ajudantes, da Revolução Federalista (1893-1895) - revolta que eclodiu no Sul do País quatro anos após a Proclamação da República e opôs os grupos políticos rivais gaúchos dos pica-paus (aliados do governo federal) e maragatos (que defendiam a descentralização de poder na República).


A prática dos dois grupos de matar rivais como se matava galinhas marcaria a memória da população. O prisioneiro tinha as mãos e os pés amarrados e ficava de joelhos. Um carrasco empurrava sua cabeça para trás e, em seguida, passava a faca no seu pescoço. Os carrascos Adão Latorre (maragato) e Cherengue, também conhecido como Faca Ordinária (pica-pau), personalizaram o horror dessa prática. A Revolução Federalista deixou um saldo de 10 mil mortos.


Após o conflito, muitos agricultores humildes e posseiros ficaram abandonados nas estradas. Não foram aproveitados nas lavouras de fazendeiros que expandiam seus negócios e tampouco nos canteiros de obras de estradas de ferro que começavam a cortar o interior gaúcho. Estavam excluídos dos novos tempos.


Autoridades e comerciantes de Encantado viam com preocupação o surgimento de uma comunidade de miseráveis marcada pela devoção religiosa. O viajante Eduard Sattler e um morador da região, João Lucca, que se juntaram a um grupo de militares para um ataque ao povoado de Encantado, foram mortos no dia 6 de abril de 1902. Dois dias depois, um contingente de 110 policiais cercou o grupo de caboclos.


Degola. A repressão aos monges do Pinheirinho contou com a prática cruel que assombrou o Rio Grande do Sul durante a Revolução Federalista. Os "fanáticos" - como os monges eram chamados - foram degolados. Entre eles João Enéas, um dos líderes dos monges, preso ainda vivo. As tropas só deixaram Encantado no dia 15.


Arquivos de correspondências das paróquias de Encantado, Arroio do Meio, Roca Sales e Lajeado apontam que a Igreja Católica ajudou acirrar os ânimos. Em relato manuscrito, de 12 de maio de 1902, o padre Domenico Vicentini classifica os monges de "bandidos" e escreve que João Enéas é uma nova versão de Antônio Conselheiro, o líder da Guerra de Canudos (1896-1897), no sertão baiano. Outros líderes do Pinheirinho citados são Antonio Lisboa e uma mulher conhecida como Cananeia - apontada como orientadora espiritual do grupo.


Dirigido aparentemente para superiores, Vicentini escreve que as autoridades da região já tinham avisado sobre os "comparsas" ao governo estadual, mas não haviam recebido resposta. O documento deixa claro que o religioso estava afinado com a polícia e os políticos.

Outro testemunho inédito é o do intendente Francisco Oscar Karnal, que está nos arquivos da Prefeitura de Lajeado. Num ofício de 1902 ao presidente do Estado, Borges de Medeiros, ele reclama que o líder do movimento se intitulava "deus" e tinha conseguido arregimentar número "considerável" de adeptos. "A ordem pública manteve-se sempre inalterável, havendo somente a mencionar um ajuntamento de fanáticos, nas matas de Encantado, município de Lajeado, imediatamente dispersos por forças da Brigada Militar", escreve.


Contexto histórico. Por ironia da história, um descendente de um dos líderes da repressão evitou que a memória do movimento de Pinheirinho se perdesse. Gino Ferri, 87 anos, é autor da única obra sobre o conflito. O livro Os Monges de Pinheirinho, de 1975, está esgotado.


"Possivelmente, Encantado foi o berço da Guerra do Contestado", avalia Ferri, referindo-se às características messiânicas que permeiam o conflito ocorrido entre 1912 e 1916 na região de divisa de Santa Catarina e Paraná e considerado a maior guerra civil do Sul do País no século 20. Ferri avalia que é preciso entender a época para decifrar a tragédia das margens do Taquari. "Foi um massacre visto com bons olhos pela população daquele período", diz.


O Estado percorreu as ruas de Encantado, cidade que hoje tem 20 mil habitantes e conta com bons índices de desenvolvimento humano. Os chefes da repressão aos monges - como o viajante Eduardo Sattler, o subdelegado Guerino Luccas e o irmão dele, João Luccas - têm seus nomes escritos nas placas das ruas. Não há referências aos monges. Os vencedores ganharam túmulos no cemitério. As covas dos rebeldes, abertas na beira do Taquari, desapareceram.


Não há tampouco registros da fisionomia de Cananeia, a enigmática mulher que teve papel importante no movimento. É possível que ela tenha participado de decisões militares, o que daria uma nova feição à revolta da margem do Taquari.


O cenário da tragédia mudou. Restam poucos pinheiros na mata ciliar do Taquari. À época da revolta, Encantado era um povoado de 300 famílias, cercado por pés de canela, grápia e canjerana. Hoje, da mata nativa só sobraram os sarandis, árvores pequenas que não servem nem para o fogo. 

Não esqueça de mim


Não Esqueça de Mim aborda a doença de Alzheimer sob o olhar de quem cuida. O episódio inédito do programa Sala de Notícias, dirigido por Ana Júlia Isse, apresenta a história de amor de Gino Ferri, de 90 anos. Ao descobrir que a esposa, Wanda, estava esquecendo os momentos vividos juntos, em decorrência do Alzheimer, Gino volta às lembranças desde a década de 1930, quando os dois se conheceram, e escreve um livro sobre as memórias de vida do casal. Entre fotografias antigas e poesia, o escritor fala sobre a convivência com a doença e os cuidados que tem com a esposa. A reportagem documental também traz depoimentos de especialistas e pesquisadores do assunto.

Atama filmes | canal futura, 2013 - http://atamafilmes.com.br/projetos/nao-esqueca-de-mim/
















REMINSCÊNCIAS  II - MEUS NOVENTA ANOS


     “Uma complementação auto biográfica  com a adição de alguns dados anteriores, desde a infância, a juventude, a idade adulta, chegando até esta data maravilhosa dos noventa anos.
   
    Escrever, para mim é alimentar o espírito, É manter vivos os sentimentos mais íntimos, do meu coração.   É procurar, nos escaninhos da memória, as imagens gravadas, numa longa vivência e descrevê-las, para que não se percam,  sempre sob o amparo de um Ser Superior, que iluminou meus passos, e, ainda ilumina o caminho restante, desta jornada  nonagenária,  a quem agradeço diariamente.






JAMAIS ENVELHECE, O HOMEM QUE REALMENTE  É  FELIZ!
NUNCA DIGA QUE VOCÊ É UM HOMEM REALIZADO. POIS A REALIZAÇÃO PLENA, NÃO EXISTE!
NÃO DEIXES QUE PEQUENOS SENÕES ATRAPALHEM  UMA  GRANDE  AMIZADE!

MUITAS VEZES, ENQUANTO OS OLHOS SORRIEM, DENTRO DO PEITO O CORAÇÃO SOLUÇA!

PARTIU, DEIXANDO APENAS, SEU PERFUME DE SAUDADE.

PELAS TORTUOSAS E ESCURAS
VEREDAS DA MINHA VIDA,
SEMPRE ENCONTREI UM RAIO DE LUZ,
A ILUMINAR O MEU CAMINHO!

OBSERVE COMO SEMRE É BELO,
O SORRISO DE UMA CRIANÇA!

PÕE TUDO O QUE ÉS,
NO MÍNIMO QUE FAZES!


NÃO REME  CONTRA  A  MARÉ!
SERIA COMO COLOCAR UM RALO
NO ALTO DA COXILHA!

“QUANDO SE TEM UM IDEAL NA VIDA, NÃO SE COBRA NADA”.


Encantado, 18 de novembro  de 2012.
90º. Aniversário.
GINO FERRI

HISTORIA DA BACIA HIDROGRÁFICA TAQUARI ANTAS






“RIO TAQUARI!”
Observando a beleza de tuas paisagens,
Admirei tuas várzeas multicolores,
Ouvi o cantar sonoro de tuas ondas,
O rugir de tuas cachoeiras borbulhantes
E o marulho gigante de tuas enchentes!
(Gino Ferri, 1991)

Download do livro A HISTORIA DA BACIA HIDROGRÁFICA TAQUARI ANTAS


Wanda



Escrever sobre a vida da WANDA, é para mim motivo de imensa e emocionada satisfação.
Eis que  vivemos em  comum, um grande período de sessenta anos, desde nosso casamento às Bodas de Prata, às Bodas de Ouro e agora nossas Bodas de Diamante.
Além do tempo de namoro e de noivado, que se prolongou por nove anos, desde nossa adolescência à juventude.
Porém, mais do que tudo isso, ela faz parte de minha vida, pois é meu grande amor.

Foram dias felizes, em que a dedicação, o entendimento mútuo e o companheirismo, nos fizeram compreender que a vida pode ser fascinante,  quando vivida por duas pessoas que se amam de verdade.



"Ao lado da Wanda, compreendi que a vida pode ser fascinante quando vivida por duas pessoas que se amam de verdade."

Donwload do Livro WANDA

Gino Ferri, um guri de 88 anos

Gino Ferri, um guri de 88 anos

 por ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Publicado em Zero Hora 13 de novembro de 2010 |  N° 16518





Gino Ferri, respeitado escritor de Encantado, tem uma vitalidade espantosa aos 88 anos. É um apaixonado pela vida e nisso tem grande responsabilidade a dona Wanda, a esposa que lhe deu um casal de filhos. O caso de amor desses dois impressiona e comove seus amigos. Ela é o tema de seu mais recente livro, uma verdadeira poesia e um canto de amor. Genuíno Antonio Ferri - esse é o seu verdadeiro nome - é um homem calmo, de olhos claros e vivos, que cativa pela alegria e pela inteligência.


Foi praticamente professor toda a sua vida e sua obra tem um sentido didático impressionante. Quer dizer, mesmo aposentado ela continua ministrando lições de peregrina beleza. Por intermédio de um comum amigo, o Dr. José Montini, recebi agora o livro As Quatro Revoluções, onde Gino Ferri fala sobre a Revolução Farroupilha, a Revolução Federalista (1893 a 1895), a Revolução Assisista (1923) e a Revolução Libertadora de 1930. Li o livro de uma sentada só. Claro que são assuntos que devo conhecer bem, mas a maneira com que Gino Ferri aborda esses temas é fascinante.


Seu estilo é elegante e didático, sem ser “doutoral”. Penso que é uma obra ideal para todos os professores de História do Rio Grande do Sul, sempre carentes de bons livros a seu alcance. Trata-se de uma leitura fácil e agradável e profundamente cativante. Não se trata de um discurso tradicionalista, nem de pregação cívica, mas de lições práticas e eficientes, professor que ele é.


Tenho pelo meu amigo Gino Ferri um antigo apreço e uma arraigada admiração. Sei da sua dedicação pelos temas da nossa Historia e dos seus sentidos de responsabilidade com as novas gerações, de sua preocupação de transmitir à infância ensinamentos sobre o nosso passado, sobre os homens que balizaram a nossa formação.


Como ele, acho que cabe a nós, os veteranos, alcançar aos mais novos a nossa experiência, contar o que estudamos, dizer o que aprendemos. Ensinar é também aprender constantemente. Como é bonito condensar obras que, no conjunto, são uma verdadeira biblioteca. Resumir isso num livro é uma tremenda responsabilidade, responsabilidade que temos que assumir para facilitar o caminho dos que vêm depois de nós, dos que aprendem conosco.


Gino Ferri assume essa responsabilidade. Coloca-se assim no papel do velho pagé que transmite aos jovens guerreiros a sua experiência madurada em longas leituras, no manuseio dos manuscritos dos velhos mestres. Seu texto não é a escrita álgida de palavras petrificadas, é suavizada pelo carinho e pela ternura de quem sabe falar com as crianças e com os adolescentes. Mesmo porque crianças e adolescentes embevecidos pelo encantamento dos homens e fatos da nossa Pequena Pátria somos todos nós.


Há muito amor neste livro. E sem amor não se faz nada com permanência.


Um abraço, velho amigo. Que o Deus do pago te acompanhe sempre. Que as peregrinas lições de civismo e de grandeza que tu nos deste permaneçam para sempre com nossos filhos e netos.

Encantado Sua História, Sua Gente


Naquela noite memorável de 28 de outubro de 1985, em que o Município  recebia a visita de centenas de encantadenses, residentes em outras cidades, dos mais diversos pontos do Brasil, e que era lançado o livro “Encantado - Sua História, Sua Gente”, em sessão solene da Câmara Municipal de Vereadores, nós fazíamos um veemente apelo à juventude de então:
“Ao nos despedirmos do “Encantado - Sua História, Sua Gente”, o fazemos com imensa alegria e com a satisfação da missão cumprida, almejando-lhe uma vida longa e feliz”.
“Encantado - Sua História, Sua Gente”, nesta noite de gala, e festiva para todos nós encantadenses, desliga-se carinhosamente, deste seu amigo de tantos anos, que aqui fica na saudade”.
“Partirá.  Visitará primeiramente, a Biblioteca Municipal, onde lhe está reservado um lugar de destaque. Visitará Lares e Repartições, Amigos e Colaboradores, Escolas e Bibliotecas, andará por este Brasil afora e certamente atingirá o solo da “Mãe Pátria” de nossos antepassados”.
“Passarão dias, meses e anos. Se projetará no tempo e no espaço, e, facilmente atingirá o século vinte e um.  E então, após decorridos muitos anos, já desgastado pela ação inclemente do tempo, voltará às suas origens.  Voltará para a terra em que nasceu. E, aqui fica o nosso mais veemente apelo à juventude de hoje, para que o acolham, o alimentem, o vistam com novas roupagens de gala, dando-lhe um novo alento, para que possa novamente partir e viver, ainda, por muitos e muitos anos”!

O século vinte e um chegou! O Livro Encantado - Sua História, Sua Gente  voltou às suas origens! Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, permitiu que fôssemos  nós, quem o iria  “Acolher, Alimentar e o Vestir com novas Roupagens de Gala, dando-lhe um novo alento, para que possa novamente partir e viver,  ainda, por muitos e muitos anos”.

Por isso, hoje, nos sentimos sumamente felizes, em lançar, novamente, esta obra, que narra a história de nosso Município, nestes cento e vinte e cinco anos de existência, enaltecendo o heroísmo de nossos antepassados, que souberam lançar, com a força do seu trabalho,  as raízes do progresso, do desenvolvimento e da pujança que hoje desfrutamos.
A história não pode ficar somente na saudade.  Pois na história de cada um de nós, há um pouco da história de Encantado.
E, assim, com justo orgulho podemos dizer, que a ação inclemente do tempo que corrói, jamais conseguirá apagar, no íntimo do nosso ser, o amor que devotamos ao berço que nos viu nascer.
                                                                 Encantado, setembro de 2007.